terça-feira, 27 de julho de 2010

A dança da sedução versão fitness

Não se trata de shortinhos, nem de tops ou qualquer tipo de roupa colada. Não se trata de corpos sarados, músculos ou belas curvas. Não se trata de nada disso. Trata-se apenas de interação, pura e simplesmente.
O papo hoje é a dança da sedução na academia. E para isso vou usar eu mesma como objeto de explanação.
Uma pessoa como eu quer ser invisível quando está num ambiente como uma academia. Totalmente fora do ente do meu ser (isso me lembra o ser do ente das aulas de filosofia...), o ambiente fitness é um lugar que eu naturalmente sou deslocada, quando não atrapalhada. No entanto, atualmente, tento me adaptar, acredito que mais por pura teimosia do que por amor à minha saúde e bem estar.

Por que raios a academia?
Se não combina comigo, por que raios eu fui parar lá? Primeiro, para substituir meu hábito de fazer caminhadas, já os parques dessa cidade não apresentam muita segurança para quem quer se exercitar depois do escurecer. Segundo, para aumentar meu pique. Trabalhar 10h por dia não é para qualquer um (ok, 9 horas – uma é para almoço), então é bom fortalecer o corpitcho para aguentar o tranco. Terceiro, não posso negar, por pura vaidade. Que mulher que não quer perder uns quilinhos, hein, hein?
Então lá fui eu me aventurar pelo mundo fitness.

Fazendo amizades
Não era minha intenção. Como eu disse anteriormente, eu queria ser invisível em certos ambientes, mas, na academia, cara de interr
ogação chama amigos. Pois é... essa cara eu sei fazer bem, principalmente ao me deparar com os aparelhos de ginástica, que mais parecem máquinas mortais.
O fato é que ser atrapalhada/desengonçada/desajeitada, como alguns amigos me definem, tem lá suas vantagens. Muita gente vem te ajudar, muita gente ri COM você, e não DE você, e muita gente vem fazer amizade. E foi o que aconteceu comigo. A começar pela minha falta de afinidade com os aparelhos de ginástica. Fiz alguns amigos de oi e tchau, os quais não sei o nome, mas cumprimento todos os dias. E por mais que eu quisesse ser invisível, de vez em quando é bacana se distrair entre uma forcinha e outra.

O soco da fama
A outra forma pela qual deixei de ser invisível na academia foi pela violência. Não, eu não sai batendo em todo mundo, eu fui apunhalada! Na cara!
Estava eu passeando entre os aparelhos a fim de angariar dois pesinhos, quando um cidadão que mais falava com as mãos do que com a boca abriu seus fortes braços ao tentar ilustrar o tamanho de alguma-coisa-que-eu-não-sei-o-quê e me acertou em cheio. Vi estrelas com roupa de ginástica, juro! A academia inteira, que é pequena e a noite só tem pessoas do sexo masculino em sua maioria, largou seus ferros e veio me acudir!
O que me rendeu além da dor: um milhão de desculpas por parte do meu agressor, atenção, piadas e a minha existência. Mesmo dias depois, ainda tem gente que me para perguntando se eu fiquei bem e dizendo para eu tomar cuidado com o meu agressor (vai que ele decide repetir a dose). E detalhe que elas sempre começam assim: “Ei, eu lembro de você! É a menina que tomou um soco! Como você está?”. E lá vou eu inventar alguma resposta criativa...

Moral da história
A sedução dessa vez não tem nada a ver com sensualidade ou qualquer coisa do gênero. O seduzir não é exclusivo às relações carnais. Pode rolar uma sedução para angariar amigos, interações, para descontrair o ambiente.
E mais do que isso, a dança da sedução é uma arte facilitadora. No meu caso, está ajudando a me locar onde sou naturalmente deslocada. E para isso não precisei de táticas, sensualidade ou qualquer outra coisa pré-programada. Só precisei ser eu mesma e rir da minha existência (que ainda luta por permanecer invisível, mesmo que o acaso não colabore!).


Conselho de amiga
MANTENHA DISTÂNCIA DE PESSOAS QUE FALAM COM AS MÃOS!