quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Dança da sedução da comunicação

Já dizia o velho Chacrinha, “quem não comunica se estrumbica”. Fato! A comunicação é a base de tudo, e hoje, aqui e agora o foco vai ser o xaveco.
Não é só o xaveco em si, que fique bem claro, mas é todo o ato de seduzir, conquistar. Como diz uma amiga minha (sim, minhas amigas falam demais! Elas sempre tem um parecer sobre tudo!), a sedução começa na boca, mais precisamente no sorriso. Também acho, mas, mais que o sorriso, é a fala que pode concretizar a coisa toda.
É o seguinte: aquele ser endeusado olha para você, você retribui com um sorriso, ele chega até você, e você... bom... baixa aquele espírito idiota e mudo, e você mal fala; desenvolver um assunto qualquer, então, vira coisa de outro mundo.

A descoberta da comunicação.
Descobri que o falar faz a diferença lá pelas bandas de Minas Gerais. Certo mineiro me disse: sabia que você era paulista. Você fala! Não que ele quisesse dizer que as mineiras são mudas, ele simplesmente quis destacar que o ato de falar (no meu caso, mais que o homem da cobra - que até hoje não sei quem é - e a tia do Yakult) era um ponto positivo. Muito bem, comuniquemos.
A fala como cartão de visita.
Fale certo. Pelo amor de Deus, erros gramaticais (tipo concordância) são broxantes, isso é fato. Não fale com o alvo pretendido como se falasse com os “truta”, mano! E escolha assuntos que você tenha conhecimento; caso não tenha, não invente, assuma logo que é um tapado na questão. Facilita e muito!

A fala em excesso.
Todo mundo adora pecar pelo excesso. Não saia falando pelos cotovelos, nem mesmo engatando conversas eternas com pessoas que você não quer nem como amigo, quanto mais como qualquer outra coisa. Seja educado, e isso não inclui discutir o passado, presente e futuro. Se você sair por aí parando para falar com todo mundo, duas coisas serão prováveis:
1. Seus amigos vão se encher de você e te chamar de arame farpado. Vai andando e vai enroscando.
2. Vão achar que você é candidato (a) a vereador (a). Se for o caso, ignore as críticas e invista no jogar conversa fora. Em eleição vale tudo, a exemplo dos políticos brasileiros.

A comunicação apresentando resultados
Não fique só na falação. É bem legal, mas ninguém tem todo o tempo do mundo para ficar tagarelando. Há gente dizendo por aí que o mundo acaba em 2012, então se apresse. Falar faz parte, e uma parte grande. Mas também inclua na falação a comunicação gestual. Toques sutis e expressões faciais são boas pedidas. Tudo sem exageros, é claro. Tudo na medida dos acontecimentos, afinal é a dança da sedução, e a gente dança conforme a música.
Aqui ficam as dicas de uma dançarina da sedução que nem é tão pé de valsa assim, mas é uma observadora aguçada. Bom proveito!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quando acaba a faculdade...

A gente sente que a faculdade acabou quando entrega o tão temido TCC. Depois disso, o único medo que nos resta é o do futuro.

Quando acaba a faculdade, a gente deixa de ser estudante e vira desempregado. Como diz um amigo meu, “quando acaba a faculdade, a gente deixa de ser elite intelectual para virar problema social”. Fato. Como diria uma outra amiga, bem mais otimista, “quando acaba a faculdade, a gente deixa de ser estudante e se torna um profissional disponível no mercado”. Nota: Ela ainda está no 3o ano da graduação, talvez por isso o otimismo.

Quando acaba a faculdade, a gente encara um período de férias, que, na verdade, não são férias. É um tempo vago, indeterminado. Aí você vira tudo: motorista da família, Office-boy (ou girl!), cozinheiro (a), secretário (a). Você assume um monte de serviços que não exigem nem um semestre da graduação que você cursou. Mas você tá aí, inativo, de bobeira, vai fazer. “Se mexe, rapaz!, sua mãe diz!”. Se for do sexo feminino, o apelo é no estilo Ana Maria Braga: “Acorda, menina!”.

E então vai... Aí você passa dias e mais dias enviando currículo, o que te proporciona horas na frente do computador e uma dor no traseiro de tanto ficar sentado-largado, afinal, você está em casa. Não há porque se portar direito. É cadastro em site de empregos, em grupo de e-mails, é visita diária a blogs, monitoramento de twitter. Aí como se não bastasse você inventa de criar um perfil no LinkedIn (o qual você nem sabe usar, só sabe que é muito profissional!), fica viciado em atualizar seu e-mail para ver se chega alguma coisa interessante, e não sai do MSN por nada desse mundo. Afinal, você não tem o que fazer. Ficar só na televisão é assumir a condição de vagabundo (a).

Quando acaba a faculdade, você pensa em continuar estudando. Mas você só pensa nisso quando acaba mesmo, e quando você não tem um emprego em vista. Aí você fuça em sites de todas as universidades do país a procura de um curso de especialização, porque o mestrado, meu bem, já era. Enquanto você curtia seus últimos tempos de universitário, processos seletivos “rolaaavam solto”. E você ficou de fora de todos eles.

Bom... navega daqui, navega de lá, você acha um curso. E sim! Você descobre que vai ter que vender seu corpo para pagá-lo, de tão caro que é (calma, como diria mais uma amiga, “vender o corpinho para pagar os estudos não é prostituição!”). Enfim, aí você se pergunta: por que esse maldito curso é chamado de especialização se ele tem um quinto da carga horária de uma faculdade, mas custa praticamente o mesmo que essa? Por que, meu Deus?! Parece uma promoção às avessas: pague cinco e leve APENAS um! Qual a lógica disso? Cadê a matemática? A regra da proporção? Não sei... nem quero comentar onde eu penso que enfiaram... Enfim... você fica na hipótese... se eu conseguir um emprego, eu faço! SE!

Aí um milagre acontece. Seu currículo cai na mão de alguém que está de bom humor, e esse alguém resolve fazer o seu dia feliz e te chama para uma entrevista. Nesse momento, você sai do fim da fila dos fracassados, e vai para a fila das possibilidades.

A entrevista! Bom, a entrevista vira um grande evento social. Você conta pra todo mundo, afinal você adora a sensação de estar sendo requisitado. Aí você pede para a sua mãe ajuda para: escolher a roupa, passar a roupa, chegar ao local, rezar, e mais um monte de coisa. E quer saber? Nada disso vai fazer diferença. Porque você não vai ser chamado. Não se iluda, meu bem. Sempre vai ter um filho da prima da cunhada do dono da empresa que vai puxar o seu tapete, sem querer, é claro. Sempre vai ter um Q.I.. E você? Bom, aí você senta, chora, enxuga as lágrimas e volta à rotina dos currículos+internet+televisão.

Aí você me pergunta: “mas quando é que isso acaba?” Se eu soubesse, não estaria aqui escrevendo esse monte de besteiras. Só estou porque, adivinha: não acabou!!! Eu continuo aqui, sem rumo, cheia de ideias, de sonhos, me afogando em sorvetes, me safando de serviços domésticos e afins, me cansando de internet e televisão, e enchendo a caixa de e-mails alheia com currículos.

E o que se passa na minha cabeça? Sabe aquele antigo ditado “a esperança é a última que morre”. O meu atual terror não é esse universo de incertezas, mas a ideia de morrer antes da tal da esperança... É f-o-d-a!