quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quando acaba a faculdade...

A gente sente que a faculdade acabou quando entrega o tão temido TCC. Depois disso, o único medo que nos resta é o do futuro.

Quando acaba a faculdade, a gente deixa de ser estudante e vira desempregado. Como diz um amigo meu, “quando acaba a faculdade, a gente deixa de ser elite intelectual para virar problema social”. Fato. Como diria uma outra amiga, bem mais otimista, “quando acaba a faculdade, a gente deixa de ser estudante e se torna um profissional disponível no mercado”. Nota: Ela ainda está no 3o ano da graduação, talvez por isso o otimismo.

Quando acaba a faculdade, a gente encara um período de férias, que, na verdade, não são férias. É um tempo vago, indeterminado. Aí você vira tudo: motorista da família, Office-boy (ou girl!), cozinheiro (a), secretário (a). Você assume um monte de serviços que não exigem nem um semestre da graduação que você cursou. Mas você tá aí, inativo, de bobeira, vai fazer. “Se mexe, rapaz!, sua mãe diz!”. Se for do sexo feminino, o apelo é no estilo Ana Maria Braga: “Acorda, menina!”.

E então vai... Aí você passa dias e mais dias enviando currículo, o que te proporciona horas na frente do computador e uma dor no traseiro de tanto ficar sentado-largado, afinal, você está em casa. Não há porque se portar direito. É cadastro em site de empregos, em grupo de e-mails, é visita diária a blogs, monitoramento de twitter. Aí como se não bastasse você inventa de criar um perfil no LinkedIn (o qual você nem sabe usar, só sabe que é muito profissional!), fica viciado em atualizar seu e-mail para ver se chega alguma coisa interessante, e não sai do MSN por nada desse mundo. Afinal, você não tem o que fazer. Ficar só na televisão é assumir a condição de vagabundo (a).

Quando acaba a faculdade, você pensa em continuar estudando. Mas você só pensa nisso quando acaba mesmo, e quando você não tem um emprego em vista. Aí você fuça em sites de todas as universidades do país a procura de um curso de especialização, porque o mestrado, meu bem, já era. Enquanto você curtia seus últimos tempos de universitário, processos seletivos “rolaaavam solto”. E você ficou de fora de todos eles.

Bom... navega daqui, navega de lá, você acha um curso. E sim! Você descobre que vai ter que vender seu corpo para pagá-lo, de tão caro que é (calma, como diria mais uma amiga, “vender o corpinho para pagar os estudos não é prostituição!”). Enfim, aí você se pergunta: por que esse maldito curso é chamado de especialização se ele tem um quinto da carga horária de uma faculdade, mas custa praticamente o mesmo que essa? Por que, meu Deus?! Parece uma promoção às avessas: pague cinco e leve APENAS um! Qual a lógica disso? Cadê a matemática? A regra da proporção? Não sei... nem quero comentar onde eu penso que enfiaram... Enfim... você fica na hipótese... se eu conseguir um emprego, eu faço! SE!

Aí um milagre acontece. Seu currículo cai na mão de alguém que está de bom humor, e esse alguém resolve fazer o seu dia feliz e te chama para uma entrevista. Nesse momento, você sai do fim da fila dos fracassados, e vai para a fila das possibilidades.

A entrevista! Bom, a entrevista vira um grande evento social. Você conta pra todo mundo, afinal você adora a sensação de estar sendo requisitado. Aí você pede para a sua mãe ajuda para: escolher a roupa, passar a roupa, chegar ao local, rezar, e mais um monte de coisa. E quer saber? Nada disso vai fazer diferença. Porque você não vai ser chamado. Não se iluda, meu bem. Sempre vai ter um filho da prima da cunhada do dono da empresa que vai puxar o seu tapete, sem querer, é claro. Sempre vai ter um Q.I.. E você? Bom, aí você senta, chora, enxuga as lágrimas e volta à rotina dos currículos+internet+televisão.

Aí você me pergunta: “mas quando é que isso acaba?” Se eu soubesse, não estaria aqui escrevendo esse monte de besteiras. Só estou porque, adivinha: não acabou!!! Eu continuo aqui, sem rumo, cheia de ideias, de sonhos, me afogando em sorvetes, me safando de serviços domésticos e afins, me cansando de internet e televisão, e enchendo a caixa de e-mails alheia com currículos.

E o que se passa na minha cabeça? Sabe aquele antigo ditado “a esperança é a última que morre”. O meu atual terror não é esse universo de incertezas, mas a ideia de morrer antes da tal da esperança... É f-o-d-a!

3 comentários:

  1. Jisuis, acalmem-se!! Vcs acabaram de se formar! Com certeza vai aparecer um emprego ótimo logo menos!
    Marina

    ResponderExcluir
  2. Ô meu amor... eu não vou dizer pra não ficar assim, porque afinal de contas todos nós já nos sentimos assim tb. Agora seria MUITO fácil pra eu falar né?

    De qualquer maneira eu sou otimista quanto ao ponto 'paciência é uma virtude'. Acha que a mais nerdinha de todas as dançarinas ficaria de fora da bocada? JAMAIS.

    Tudo dá certo, uma hora.

    Beeeeijo!

    ResponderExcluir
  3. Com o perdão da demora, mas passei um carnaval offline, pq, cm a sua própria pessoa, enjoei de internet. Qto ao resto, quem sou eu pra reclamar de paciência... Acho que o caminho é virar uma monja budista e continuar esperando! =p

    ResponderExcluir